De janeiro a março, vendas cresceram 9,7% sobre igual período de 2006
O comércio varejista voltou a apresentar ótimo desempenho em março, confirmando o aquecimento da demanda interna. O setor elevou as vendas em 1,1% ante fevereiro e 11,5% na comparação com março do ano passado. No primeiro trimestre, acumulou alta de 9,7%, o melhor resultado para o período apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde o início da série histórica da pesquisa, em 2002. Para Reinaldo Pereira, técnico da coordenação de indústria do instituto, os bons resultados respondem "às condições favoráveis da economia, já que a renda continua em elevação, há estabilidade no emprego e a queda dos juros favorece o crédito". O câmbio também beneficiou, segundo ele, as vendas de artigos de informática e vestuário, já que as importações têm reduzido os preços de alguns desses produtos no comércio. TENDÊNCIA. Pereira avalia que a tendência de crescimento das vendas do varejo prosseguirá nos próximos meses e, "mantidas as atuais condições", o setor deverá registrar neste ano um crescimento superior ao apresentado em 2006 (6,2%). O segmento de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, de maior peso na pesquisa, respondeu por 4,8 pontos percentuais, ou 40% do crescimento de 11,5% nas vendas do varejo em março deste ano ante igual período do ano passado. Com expansão de 1,2% nas vendas ante fevereiro e 9,3% ante março de 2006, esse segmento permanece beneficiado pelo crescimento da massa salarial real e também teve influência de parte das vendas da Páscoa, segundo observou Pereira. Ele explicou que este ano a data foi comemorada no início de abril, ao contrário de 2006, quando as festividades ocorreram na metade do mês. Desse modo, teria ocorrido uma antecipação das compras de produtos para a Páscoa no mês de março. ATIVIDADES. Todas as atividades pesquisadas mostraram crescimento nas vendas. Alexandre Andrade, analista da Tendências Consultoria, avalia que os dados "mostraram sinais inequívocos quanto ao aquecimento da demanda interna". Ele ressalta, entretanto, que a demanda doméstica elevada "não pressiona os indicadores de inflação", já que há "forte aumento das importações e dos investimentos, que em breve se tornarão capacidade produtiva". Para Maurício de Moura, economista-chefe da Gouvêa de Souza & MD e especialista em varejo, o crescimento do varejo tem superado as expectativas e responde ao incremento de renda, ao alongamento dos prazos de financiamento e ao câmbio. O dólar baixo continuou a impulsionar as vendas do segmento varejista de equipamentos e material de escritório, informática e comunicação que, em março, registrou expansão de 24,9% ante igual mês do ano passado, acumulando um aumento de 20,2% no primeiro trimestre. Pereira explicou que o câmbio, com a redução dos preços dos componentes importados, vem beneficiando esse segmento, assim como os incentivos oficiais como parte da política de inclusão digital. No caso da atividade de tecidos e vestuário, ele avalia que a redução de preços com o aumento das importações pode ter sido um dos principais fatores a aumentar as vendas desse segmento em 2,7% ante fevereiro e 9,9% ante março de 2006. Fonte: Portal Varejista
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