Há aproximadamente três anos a Nestlé deflagrou um programa para alcançar a população de menor poder aquisitivo. Fez um projeto piloto e passou a vender iogurte no sistema porta-a-porta. Uma novidade e tanto para a maior empresa de alimentação do mundo, com presença em quase todos os países.
A experiência, realizada na periferia da cidade de São Paulo, foi tão bem-sucedida que dentro de um mês será levada para o Rio de Janeiro. O Nordeste é o próximo passo, diz o presidente da empresa no Brasil, Ivan Zurita. Ele pretende ampliar também o número de itens oferecidos diretamente na porta do consumidor. "Ainda não definimos a cesta mas já sabemos que há espaço para uma gama extensa e variada de produtos como Leite Moça, Nescafé, Leite Ninho", diz ele. "O setor tem hoje 150 vendedores e, só na área de teste, alcançou faturamento de US$ 1,3 milhão em 2005", informa Zurita.
E o projeto de alcance dos consumidores das classes C, D e E terá novo desdobramento neste ano. Dentro de aproximadamente um mês, informa Zurita, a multinacional suíça deve anunciar o investimento de algo entre R$ 90 milhões a R$ 120 milhões na construção de uma nova fábrica, na cidade de Feira de Santana, na Bahia.
A nova unidade, segundo ele, terá a função estratégica de reduzir custos na distribuição dos produtos da empresa e assim, torná-los mais acessíveis aos consumidores de baixa renda da região Nordeste do País. "Quanto falamos de consumidores com baixo poder aquisitivo, estamos falando de um amplo universo. As classes C, D e E responde por 72% do consumo de alimentos no país", diz.
Zurita diz que a Nestlé está tão atenta às demandas da base da pirâmide social que passou a contratar profissionais oriundos das classes C e D para a sua área de marketing. "São profissionais que entendem como poucos as demandas e necessidades desses consumidores porque são as mesmas demandas que eles têm", explica.
Neste ano, diz Zurita, a empresa quer surpreender o mercado com o lançamento de pelo menos 50 novos produtos - contra 40 itens lançados em 2005. "Não estamos de olho apenas na população de baixa renda e por isso precisamos oferecer uma gama variada de produtos para todo o mercado."
De acordo com o executivo, a empresa registrou faturamento de R$ 11,5 bilhões em 2005 com o processamento de 1,450 mil toneladas de produtos.
Fonte: Valor Econômico
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